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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Texto da professora Zélia


Com o Projeto Tertúlia Literária, iniciado em 2009 e que promete ter vida longa, as tardes de sexta-feira passaram a ser mais saborosas na Faculdade de Educação. Os encontros, na biblioteca e debaixo do caramanchão, com direito a broa de fubá, pão de queijo, canjica entre outros quitutes que alegram o corpo e a alma, propiciaram outras vivências possíveis no ambiente acadêmico. Reunidas pelo prazer de ler e falar – ou apenas de escutar –, para trocar impressões sobre as leituras, sem nenhuma obrigação escolar, alunas, professoras e convidados partilharam experiências com a literatura e não somente sobre ela, como geralmente acontece na escola. O projeto aposta que é possível fazer da escola um ambiente interessante e agradável para a leitura literária.

Nesse primeiro ano do Tertúlia, o mote para a escolha dos livros que seriam lidos foi a infância. Daí a presença, nessas conversas mensais, de narrativas de memórias, entre outras narrativas ficcionais e poesias que abordassem a temática da infância. Em cada encontro, um escritor ou escritora que foram em busca do tempo perdido de meninos e meninas, que viveram em diferentes épocas e regiões desse país.

Miguilim e Dito, o primeiro “não tinha vontade de crescer, de ser pessoa grande, a conversa das pessoas grandes era sempre as mesmas coisas secas, com aquela necessidade de ser brutas, coisas assustadas”, o segundo, “menor, muito mais menino” e que “sabia em adiantado as coisas, com a certeza, descarecia de perguntar”; a menina Alice, com pseudônimo Helena, na sua Diamantina dos anos 1890, que teve a idéia “de um livro que mostrasse às meninas de hoje a diferença entre a vida atual e a existência simples” da época em que viveu; Antônio, de Indez, Por parte de pai e Ler, escrever e fazer conta de cabeça, outro menino dessas Minas Gerais; o adulto que revisita a sua infância e entre tantas recordações tem a vaga lembrança de um avô que lhe legou “talvez a vocação absurda para as coisas inúteis” ou relembra as suas “primeiras relações com a justiça” dos adultos no trato com as crianças; só para citar algumas dessas infâncias revividas pelos leitores do projetoTertúlia.

Em 2010 continuaremos a prosa boa com outro tema. Desta vez, o amor, outra forte temática, que com certeza vai nos envolver nas conversas mensais de sexta à tarde.

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